quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A princesa com a roupa de couro (egípcio)



   Nem aqui nem em parte alguma viveu outro rei que tinha uma esposa a quem ele amava de todo coração e uma filha que era a luz dos seus olhos. Mal a princesa se fez mulher, a rainha caiu doente e morreu. Durante todo um ano, o rei permaneceu em vigília, de cabeça baixa, sentado ao lado do túmulo. Então convocou as velhas e sábias casamenteiras, mestras na arte de viver, e disse: "Quero casar novamente. Aqui está a tornozeleira que a minha pobre rainha usava. Encontrem para mim uma jovem, rica ou pobre, humilde ou bem-nascida, em cujo tornozelo essa jóia se ajuste bem. Porque prometi à rainha, no seu leito de morte, que casaria com essa jovem e nenhuma outra".

   As casamenteiras viajaram por todo reino à procura de noiva para o rei. Mas, por mais que procurassem, não encontravam uma jovem em quem a tornozeleira pudesse fechar. A rainha fora uma mulher com a qual nenhuma outra poderia se igualar. Então uma das velhas falou: "Entramos na casa de cada uma das donzelas do reino, exceto na casa da filha do próprio rei. Vamos ao palácio".

   Quando colocaram a jóia no tornozelo da princesa, ela serviu direitinho, como se feita sob medida. As mulheres saíram do serralho, foram depressa à presença do rei e disseram: "Visitamos todas as donzelas do reino, mas em nenhuma a tornozeleira da finada rainha servia. Nenhuma... isto é, exceto a princesa, sua filha. A jóia lhe serve como se fosse dela". Uma velha matrona encarquilhada falou: "Por que não casar com a princesa? Por que dá-la a um estranho e se privar dela?". Mal as palavras foram pronunciadas, o rei chamou o cádi para preparar os papéis para o casamento. Ele nada disse à princesa sobre seus planos.

   Houve um alvoroço no palácio quando os joalheiros, modistas e fornecedores chegaram para vestir a noiva. A princesa ficou contente ao saber que ia se casar. Mas ela não tinha idéia de quem seria o marido. Até a "noite da entrada", em que o noivo vê a noiva pela primeira vez, ela ficou sem saber de nada, mesmo quando as criadas a rodeavam, aos cochichos, penteando-a, aplicando alfinetes no vestido e embelezando-a. Finalmente, a filha do ministro, que viera admirá-la nos trajes de gala, lhe disse: "Por que essa cara? As mulheres não foram criadas para casar com homens? E existe homem em condição mais proeminente do que o rei?".

   "O que é que você está querendo dizer com isso?", a princesa exclamou. "Só lhe digo se você me der seu bracelete de ouro." A princesa tirou o bracelete, e a jovem lhe contou que o noivo era ninguém menos do que o próprio pai da princesa.

   A princesa ficou mais branca do que o véu da sua cabeça e começou a tremer como se estivesse com febre-de-quarenta-dias. Ela se pôs de pé e atirou longe tudo que tinha às mãos. Então, sabendo apenas que queria fugir, correu para o terraço e pulou por cima do muro do palácio, indo cair no terreiro de um curtume que ficava logo abaixo. Colocou um punhado de ouro na mão do dono do curtume e disse: "Você pode me fazer uma roupa de couro que me cubra da cabeça aos pés e deixe de fora apenas os olhos? Preciso dela para amanhã bem cedo".

   O pobre homem ficou radiante por ganhar as moedas. Começou a trabalhar com a mulher e os filhos. Cortando e costurando noite adentro, terminaram o trabalho antes que houvesse luz suficiente para distinguir uma linha branca de uma preta. Esperem um pouco! Lá vem nossa senhora, a princesa. Ela vestiu a roupa — um espetáculo tão estranho que qualquer um que a olhasse iria pensar que estava vendo apenas uma pilha de couro. Naquele disfarce ela saiu do curtume, deitou-se ao lado do portão da cidade e ficou esperando o amanhecer.

   Agora voltemos ao senhor meu rei. Quando ele entrou na câmara nupcial e notou que a princesa fugira, mandou o exército procurá-la na cidade. Por mais de uma vez um soldado tropeçou na princesa ao lado do portão e perguntou: "Você viu a filha do rei?". Ao que ela respondia:

Eu me chamo Juleidah por causa do meu casaco de peles Os meus olhos são fracos, a minha vista é turva, Os meus ouvidos são surdos, não consigo ouvir Não me importa ninguém, longe ou perto daqui.

   Quando amanheceu o dia e o portão da cidade se abriu, ela caminhou arrastando os pés até se achar fora das muralhas. Então virou o rosto na direção oposta à da cidade do seu pai e fugiu.

   Andando e correndo, levantando um pé e apoiando o outro no chão, houve um dia em que, ao entardecer, a princesa chegou à outra cidade. Cansada demais para dar mais um passo, ela caiu no chão. O lugar onde permaneceu prostrada ficava à sombra da muralha do harém do palácio do sultão. Uma jovem escrava, debruçando-se à janela para jogar os farelos da mesa real, avistou o monte de couro no chão, e não deu muita importância àquilo. Mas, quando viu dois olhos brilhantes olhando para ela por entre as peles, pulou para trás aterrorizada e disse à rainha: "Minha senhora, há uma coisa monstruosa agachada sob a nossa janela. Eu a vi, e parece ser nada menos que um demônio!". "Traga essa coisa para que eu possa ver e julgar", a rainha disse.

   A jovem escrava desceu tremendo de medo, sem saber o que era mais fácil de enfrentar: o monstro lá fora ou a fúria da rainha caso não fizesse o que ela mandara. Mas a princesa, oculta pela roupa, não emitiu nenhum som quando a escrava puxou uma ponta do couro. A jovem tomou coragem e a arrastou até a presença da mulher do sultão.

   Nunca se vira criatura tão espantosa naquele país. Estupefata, a rainha levantou ambas as mãos e perguntou à criada: "Que é isso?". Depois, voltando-se para o monstro, perguntou: "Quem é você?". Ao ouvir a resposta do monte de peles:

   Eu me chamo Juleidah por causa do meu casaco de peles

   Os meus olhos são fracos, a minha vista é turva,

   Os meus ouvidos são surdos, não consigo ouvir

   Não me importa ninguém, longe ou perto daqui.

   como a rainha riu daquelas estranhas palavras! "Vá pegar comida e bebida para a nossa hóspede", disse, morrendo de rir. "Vamos ficar com ela para nos divertir." Quando Juleidah acabou de comer, a rainha disse: "Conte-nos o que sabe fazer, em que pode servir o palácio". "Tudo que me mandar fazer, estou disposta a tentar", Juleidah disse. Então a rainha chamou: "Chefe cozinheira! Pegue esta alma de asas quebradas e a leve para a sua cozinha. Pode ser que com isso Deus nos retribua com suas bênçãos".

   E assim a nossa bela princesa se tornou uma ajudante de cozinha, alimentando o fogo e retirando as cinzas. E, sempre que a rainha estava entediada e precisando de companhia, chamava Juleidah e ria das suas falas.

   Certo dia o vizir mandou avisar que todo o harém do sultão estava convidado para uma noite de diversão na sua casa. Durante todo o dia houve grande excitação no alojamento das mulheres. Quando, ao entardecer, a rainha se preparava para sair, aproximou-se de Juleidah e disse: "Você não quer sair conosco esta noite? Todos os escravos e criados estão convidados. Você não tem medo de ficar sozinha?". Mas Juleidah apenas repetiu seu refrão:

   Os meus ouvidos são surdos, não consigo ouvir

   Não me importa ninguém, longe ou perto daqui.

   Uma das criadas torceu o nariz e disse: "O que é que tem lá para assustá-la? Ela é cega e surda e nada notaria, mesmo que no escuro um demônio lhe pulasse em cima!". Então saíram.

   No salão de festas da casa do vizir havia comida, bebida, música e muita alegria. De repente, no auge da alegria e das conversas, entrou uma pessoa que fez todos pararem no meio da palavra que estavam dizendo. Esguia como um cipreste, com um rosto que era uma rosa, sedas e jóias dignas da noiva de um rei, ela parecia iluminar a sala. Quem seria? Juleidah, que se livrara da sua roupa de couro tão logo o harém ficara vazio. Ela seguira as mulheres até a casa do vizir. Então as mulheres, antes tão alegres, começaram a disputar um lugar ao lado da recém-chegada.

   Quando estava para amanhecer, Juleidah pegou um punhado de moedas de ouro das dobras da faixa de sua cintura e as espalhou no chão. As mulheres se lançaram à cata do reluzente tesouro. E, enquanto estavam ocupadas com isso, Juleidah saiu do salão. Mais do que depressa ela voltou à cozinha do palácio e vestiu sua roupa de couro. Logo as outras voltaram. Vendo aquele monte de couro no chão da cozinha, a rainha mexeu nele com a ponta do seu chinelo vermelho e disse: "Pode até não acreditar, mas eu gostaria que você estivesse conosco para admirar a jovem que estava na festa". Mas Juleidah apenas murmurou: "Os meus olhos são fracos. Não consigo ver...", e todas foram para a cama dormir.

   Quando a rainha acordou no dia seguinte, o sol já ia alto no céu. Como de costume, o filho do sultão foi beijar a mão da mãe e lhe desejar bom dia. Mas ela só conseguia falar da visitante da festa do vizir. "Ó, meu filho", ela suspirou. "Era uma mulher com um rosto, um colo e feições tais que ao vê-la todos diziam 'Ela não é filha nem de um rei nem de um sultão, mas de alguém ainda mais importante!'." E a rainha continuou a louvar a mulher até incendiar o coração do príncipe. Finalmente a mãe concluiu: "Eu deveria ter perguntado o nome do pai da jovem, para acertar o seu noivado com ela". Ao que o filho do sultão respondeu: "Quando você voltar hoje à noite para continuar os festejos, vou ficar à porta do vizir esperando que ela chegue. Então lhe perguntarei sobre seu pai e sua posição.

   Ao entardecer as mulheres se trocaram novamente. Com as dobras das suas vestes cheirando a incenso e flor de laranjeira, braceletes tilintando nos pulsos, passaram por Juleidah, que jazia no chão da cozinha, e disseram: "Você virá conosco esta noite?". Mas Juleidah se limitou a lhes dar as costas. Então, mal as outras foram embora, Juleidah tirou sua roupa de couro e se apressou a ir atrás delas.

   No salão do vizir as convidadas se apinhavam em volta de Juleidah, querendo vê-la e perguntar de onde ela era. Mas ela não dava nenhuma resposta às perguntas, fosse sim ou não, embora tenha ficado com as mulheres até o amanhecer. Então jogou um punhado de pérolas no pavimento de mármore e, enquanto as mulheres disputavam para apanhá-las, ela saiu com a mesma facilidade com que se tira um fio de cabelo da massa de pão.

   Então, quem é que estava à porta? O príncipe, é claro. Estava esperando por esse momento. Impedindo-lhe a passagem, ele a segurou pelo braço e lhe perguntou quem era o seu pai e de que país era. Mas a princesa precisava voltar para sua cozinha, senão seu segredo seria descoberto. Ela lutou para se desvencilhar e nisso tirou o anel do dedo do príncipe. "Pelo menos me diga de onde você é!", o príncipe lhe gritou enquanto ela fugia correndo. "Por Alá, me diga de onde!" E ela respondeu: "Vivo numa terra de remos e de conchas". Então fugiu para dentro do palácio e se escondeu sob a roupa de couro.

   E lá vinham as outras, conversando e rindo. O príncipe contou à mãe o que acontecera e anunciou que ia fazer uma viagem. "Vou para a terra dos remos e das conchas", disse. "Tenha paciência, meu filho", a rainha disse. "Dê-me um tempo para preparar suas provisões." Ansioso como estava, o príncipe concordou em adiar a partida por dois dias — "Nem uma hora a mais!".

   Então a cozinha se tornou o lugar mais movimentado do palácio. Era um nunca acabar de moer e peneirar, misturar a massa e assar — e Juleidah ficou de lado, olhando. "Fora daqui", a cozinheira gritou. "Isto não é trabalho para você!" "Quero servir nosso senhor, o príncipe, como todo mundo!", Juleidah disse.

Querendo e não querendo deixá-la ajudar, a cozinheira lhe deu uma porção de massa para moldar um bolo. Juleidah começou a fazer um bolo e, quando ninguém estava olhando, ela enfiou o anel do príncipe dentro dele. Quando a comida estava embrulhada, Juleidah colocou o seu bolinho em cima de todos os outros.

   Na terceira manhã, bem cedinho, os mantimentos estavam nos alforjes, e o príncipe partiu com seus criados e homens. Ele cavalgou sem diminuir a marcha até o dia esquentar. Então disse: "Vamos deixar os cavalos descansarem enquanto comemos alguma coisa". Um criado, vendo o bolinho de Juleidah em cima dos outros, colocou-o de lado. "Por que você pôs esse bolo de lado?", o príncipe perguntou. "Foi feito pela criatura Juleidah. Eu a vi fazer", o criado disse. "É tão malfeito quanto ela própria." O príncipe sentiu dó da pobre tola e pediu ao criado que trouxesse o bolo que ela fizera. Quando ele partiu o bolo, qual não foi a sua surpresa ao ver o próprio anel ali dentro! O anel que ele perdera na noite da festa do vizir. Entendendo então onde ficava a terra dos remos e das conchas, o príncipe ordenou que todos voltassem.

   Quando o rei e a rainha o saudaram, o príncipe disse: "Mãe, mande Juleidah trazer minha ceia". "Ela mal consegue enxergar e mesmo ouvir", a rainha disse. "Como pode trazer a ceia para você?" "Só vou comer se Juleidah trouxer a comida", o príncipe disse. Então, quando chegou a hora, as cozinheiras arrumaram os pratos numa bandeja e ajudaram Juleidah a colocá-la na cabeça. Ela subiu as escadas, mas, antes de chegar ao quarto do príncipe, inclinou a bandeja, e os pratos se espatifaram no chão. "Eu lhe falei que ela não vê bem", a rainha disse ao filho. "Só vou comer o que Juleidah me trouxer", o príncipe falou.

   As cozinheiras prepararam uma segunda refeição e, quando equilibraram a bandeja carregada na cabeça de Juleidah, mandaram duas jovens escravas lhe segurar as mãos e conduzi-la até a porta do príncipe. "Podem ir embora", o príncipe disse às duas escravas. "E você, Juleidah, venha." Juleidah começou a falar:

Os meus olhos são fracos, a minha vista é turva, Eu me chamo Juleidah por causa do meu casaco de peles Os meus ouvidos são surdos, não consigo ouvir Não me importa ninguém, longe ou perto daqui.

   Mas o príncipe lhe disse: "Aproxime-se e encha a minha taça". Quando ela se aproximou, ele pegou o punhal que trazia do lado do corpo e cortou a roupa de couro de cima a baixo. A roupa caiu amontoada no chão — e lá estava a moça que a sua mãe descrevera, que bem poderia dizer à lua "Pode ir que fico brilhando no seu lugar".

   Escondendo Juleidah num canto do quarto, o príncipe mandou chamar a rainha. Nossa senhora soltou um grito quando viu o monte de peles no chão. "Meu filho, por que você quis carregar a culpa da morte dela? A coitada merecia mais piedade do que castigo!" "Entre, mãe", o príncipe disse. "Entre e olhe para a nossa Juleidah antes de chorar a sua morte." E ele conduziu a mãe para o lugar onde a nossa bela princesa estava descoberta, sua formosura iluminava o quarto como um raio de luz. A rainha correu até a jovem, beijou-a em ambas as faces e a mandou se sentar e comer com o príncipe. Então ela chamou o cádi para escrever o documento que uniria nosso senhor, o príncipe, à bela princesa; depois eles viveram na mais doce alegria.

   Agora voltemos ao rei, pai de Juleidah. Depois de entrar na câmara nupcial para tirar o véu do rosto da sua filha e descobrir que ela partira, e depois de mandar procurá-la por toda cidade sem nada conseguir, ele chamou seu ministro e os criados, e vestiu-se para viajar. Viajou de país em país, saindo de uma cidade e entrando em outra, levando consigo, acorrentada, a velha que lhe sugerira casar com a própria filha. Finalmente chegou à cidade onde Juleidah estava vivendo com seu marido, o príncipe.

   A princesa estava sentada à janela quando o rei e a sua comitiva passaram pelo portão, e ela os reconheceu tão logo os viu. Sem demora, enviou um recado ao marido, instando para que ele convidasse os visitantes. Nosso senhor foi ao encontro deles e, só depois de muito insistir, conseguiu que se demorassem um pouco, pois estavam ansiosos para prosseguir na sua busca. Jantaram no salão de festas do príncipe, agradeceram ao anfitrião e se despediram com estas palavras: "Diz o provérbio: 'Comida no papinho, pé no caminho'". Ao que o príncipe respondeu com outro provérbio, instando-os para que ficassem: "Lá onde se come o pão, também se encontra o colchão".

   No final, a gentileza do príncipe fez os estrangeiros cansados passarem a noite em sua casa, na qualidade de hóspedes. "Mas por que você resolveu distinguir esses estrangeiros?", o príncipe perguntou à Juleidah. "Empreste-me as suas roupas e o manto da cabeça e me deixe ir até eles", ela disse. "Logo você saberá dos meus motivos."

   Assim disfarçada, Juleidah foi ter com os convidados. Depois que as xícaras de café se encheram e se esvaziaram, ela disse: "Vamos contar histórias para passar o tempo. Vocês começam ou começo eu?". "Deixem-nos com as nossas mágoas, meu filho", disse o rei, pai da princesa. "Nosso estado de ânimo não nos predispõe a contar histórias." "Então vou lhes contar uma história para desanuviar a mente", Juleidah disse. "Era uma vez um rei", ela principiou, e continuou contando a história das suas próprias aventuras do começo ao fim. De vez em quando a velha senhora a interrompia dizendo: "Você não teria uma história melhor para contar, meu filho?". Mas Juleidah seguia em frente e, quando terminou, ela disse: "Sou sua filha, a princesa, a quem sucederam tantas desventuras — tudo por causa das palavras dessa velha pecadora e filha da vergonha!".

   De manhã, do alto de um rochedo jogaram a velha no fundo do vale. Então o rei deu metade do seu reino à filha e ao príncipe, e eles viveram felizes e contentes até que a morte, que separa os amantes mais sinceros, os separou.

* Extraído do livro "103 contos de fadas", de Angela Carter
 
Nota:  Essa história egípcia está no livro Arab folk tales, traduzido e editado por Inea Bushnaq a partir de grande variedade de (em sua maioria) fontes escritas (Nova York, 1986), p. 193. Temos aí o tema: "Ela se humilha para conquistar"; princesas se disfarçam de todas as formas — com pele de asno, barris de madeira e até caixas — e se sujam com cinzas, piche etc.



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